I don't wanna be kept, I don't wanna be caged, I don't wanna be damned, oh hell I don't wanna be broke, I don't wanna be saved, I don't wanna be S.O.L. (Neon Tiger, The Killers)

Monday, September 27, 2010

Lógica aplicada à metafisica do amor e da morte



By Ray Charles
Um dia me disseram algo interessante, sobre o meu coração.
Que meus amores careciam de lógica.

Comecei um exercício básico com alguns de meus autores favoritos.

Como já diria um bom baiano:
O amor é cego,
Ray Charles é cego,
Conlcuo,
Ray Charles é o Amor!



Mas,

Deus é Amor!?!
E o Amor é cego!
Ray Charles é cego!?!
Portanto,
Ray Charles é Deus!



Caralho!!

Então, Nietzsche estava certo...

Deus, assim como Ray Charles está morto...

E o Amor nessa história toda?
A dedução lógica seria de que se Deus e Ray Charles estão mortos... 

O Amor ...

O Amor? Assim como Deus e Ray Charles é cego, portanto não viu nada e não pôde testemunhar...

E passa muito bem! Obrigada! O Amor se salvou novamente!


Bem, nessa história toda o que pude perceber é que:
a Lógica, se aplicada ao amor é tão metafísica que 
se prova à si mesma, 
prova a existência e até a morte de Deus, 
a magnificência de Ray Charles, 
só não prova, 
de modo algum, 
que a Lógica pode provar o amor
e vice versa...

Friday, September 03, 2010

Os Homens da Minha Vida


Não sei se os amo mais 
pelo que têm de mim 
ou de Outro

Um é meu pedaço
Outro minha metade 

Um sou eu exata
Só que do avesso

O outro veio de mim...
Para onde? 
Não faço idéia...



Há um pequeno
Que é parte de mim
Herdeiro da linhagem antropofágica
De seio se alimentou 
Isso foi por um tempo
Hoje ainda se nutre de mim
Exemplos, gestos, e palavras
Dele, também, me alimento
Todos os dias pela manhã
Arranco grandes nacos de energia
E alegria insana por um novo dia
À noite antes de dormir
Lambo minha cria enquanto
Bebo de sua juventude 
Goles de coragem
para amanhã
Ouvindo contos de ninar
Ou cantando cantos
De outra idade




Há um grande
Que sou eu igual
Só que outro
Minha metade 
Principalmente
Naqueles momentos
Quando estamos mais inteiros
Escreve, escrevo
Ele para os palcos
Eu para os poucos
Ele anda, ando eu
Ele com a desenvoltura do malando
Eu com as curvas da negra
Que é tão minha quanto eu sou tão seu
Tão nossos somos
Dos seus sorrisos
Às minhas lágrimas
Somente nós 
Podemos compreender
Ritualísticos
Totalmente Pagãos
Todos passam
Todos pagam, 
Todos se vão, menos ele...



Haveria um terceiro
Um Chronos antropofágico,
Um princípio que gerou muito do que há em mim,
Sem que eu mesma soubesse
Me apropriei de muito dele
Digeri em minhas próprias influências
E criei traços únicos da minha
persomusicalidade estética
Se foi sem nunca ter sido
Sou, sem nunca ter tido
E ainda assim vivemos
Um no outro
Ainda que uma viva
E outro não